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2012 - Livro Vermelho 2013

Maytenus boaria Molina NT

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 17-08-2012

Criterio:

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Maytenus boaria caracteriza-se por arbustos ou árvores. Não endêmica do Brasil. Ocorre do Estado do Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul. Restrita do bioma Mata Atlântica. Amplamente distribuída, apresenta EOO de 116.429,564 km². Apesar de protegida por unidades de conservação (SNUC), Parque Nacional do Itatiaia e Parque Estadual do Campos do Jordão, sofre constante exploração devido ao uso medicinal de suas folhas, a extração de óleo comestível de suas sementes, e principalmente, pela utilização em carpintaria por possuir madeira de alto valor. Por apresentar um número reduzido de registros em coleções científicas, e a ausência de estudos populacionais, torna-se necessário o investimento em pesquisa científica e em esforços de coleta a fim de certificar da existência de subpopulações, considerando a viabilidade populacional e sua proteção.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Maytenus boaria Molina;

Família: Celastraceae

Sinônimos:

  • > Maytenus angustifolia ;
  • > Maytenus boaria var. latifolia ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

​SegundoCarvalho-Okano (1992), em consequência da descrição imprecisa do gêneroapresentada por Molina (1782), M. boariafoi incluída em diferentes gêneros. Apenas em 1844, os autores reconheceram quese tratava de um mesmo gênero e uma única espécie.

Potêncial valor econômico

Tradicionalmente,as folhas são utilizadas contra febre, picadas de animais, alergias e comolaxante externamente para lavar feridas e úlceras. Estudos comprovam açãoantitumoral, antibiótica, inseticida e antileucêmica. Do extrato da parte aéreadesta planta, obtiveram-se compostos com atividade antipirética e anti-inflamatória(Martins-Ramos et al., 2010). Além disso, fornecemadeira dura, bastante pesada, compacta, elástica, própria para obras de tornoe carpintaria. As folhas são de alto valor forrageiro e das sementes extrai-se óleocomestível (Campos, 1995).

Distribuição

M. boaria ocorre predominantemente na região Sul do Brasil. Uma única coleta foi registrada na Serra do Itatiaia no Rio deJaneiro. Atribui-se essa disjunção a falta de coletas ou então, a umadevastação desordenada, pelo gado, da referida espécie. A espécie é muitoapreciada por bovinos, donde deriva o epíteto específico (Carvalho-Okano,1992).

Ecologia

Arbusto ouárvore com cerca de 15 m de altura. Ramos glabros, cilíndrico-achatados. Folhascartáceas a subcoriáceas, glabras, lanceolada a estreito-elípticas.Inflorescência em fascículo multifloros ou raramente glomérulos. Fruto cápsulabivalvar (Carvalho-Okano, 1992).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A FlorestaOmbrófila Densa vem sendo reduzida e fragmentada em virtude da exploraçãomadeireira, expansão agropecuária, construção de estradas e hidrelétricas (Martins-Ramoset al., 2011). Esses fragmentos muitas vezes são florestas secundárias quesofreram corte seletivo no passado, principalmente de Araucaria angustifolia e, atualmente, tem seu sub-bosque roçadopelos proprietários das terras, especialmente na borda da floresta. Estaprática é comum na região e tem o intuito de suprimir a regeneração naturalpara facilitar a entrada e permanência do gado dentro da floresta, pois esta oprotege contra o frio intenso da região, com ocorrência frequente de geadas eesporádica de neve no inverno (Silva et al., 2012). Esta prática pode ser umaameaça direta à Maytenus boaria umavez que esta é muito apreciada pelo gado.

Ações de conservação

1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: "Vulnerável" (VU), segundo a Lista vermelha da flora do Rio Grande do Sul (CONSEMA-RS, 2002).

Usos

Referências

- CARVALHO-OKANO, , R.M.D. Estudos Taxonômicos do gênero Maytenus Mol. emend. Mol. (Celastraceae) do Brasil extra-amazônico. Tese de doutorado. Campinas, SP: Universidade Estadual de Campinas, 1992.

- SILVA, A.C.D.; HIGUCHI, P.; AGUIAR, M.D.D.; NEGRINI, M.; FERT NETO, J.; HESS, A.F. Relações florísticas e fitossociológicas de uma floresta ombrófila mista montana secundária em Lages, Santa Catarina. Ciência Florestal, v. 22, n. 1, p. pp. 193-206, 2012.

- MARTINS-RAMOS, D.; CHAVES, C.L.; BORTOLUZZI, R.L.D.C.; MANTOVANI, A. Florística de Floresta Ombrófila Mista Altomontana e de Campos em Urupema, Santa Catarina, Brasil. Revista Brasileira de Biociências, v. 9, n. 2, p. pp. 156-166, 2011.

- MARTINS-RAMOS, D.; BORTOLUZZI, R.L.C.; MANTOVANI, A. Plantas medicinais de um remascente de Floresta Ombrófila Mista Altomontana, Urupema, Santa Catarina, Brasil. Rev. Bras. Pl. Med., v. 12, n. 3, p. pp.380-397, 2010.

- CAMPOS, H.D.CAMPOS, H.D. Enciclopédia Agrícola Brasileira. São Paulo, SP: Editora da Universidade de São Paulo, 1995. p. 443 p.

- CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE, RIO GRANDE DO SUL. Decreto estadual CONSEMA n. 42.099 de 31 de dezembro de 2002. Declara as espécies da flora nativa ameaçadas de extinção no estado do Rio Grande do Sul e da outras providências, Palácio Piratini, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 31 dez. 2002, 2002.

Como citar

CNCFlora. Maytenus boaria in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Maytenus boaria>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 17/08/2012 - 17:43:55